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COMENTARIOS

  • PASCOA :por Manuel Igreja Cardoso

    Tempo de Páscoa significa hoje em dia cada vez mais, ir para a boa-vai-ela em merecido descanso. Claro que não ouvimos outra coisa se não a crise para aqui e a crise para acolá, mas tão certo como a terra girar em torno sol, é que não falta quem ande no laréu na quadra, que a vida são três dias e o carnaval são cinco, como dizem os brasileiros imperadores da reinação. Digo eu, envolvência religios...a à parte, que nessas coisas, cada um sabe de si e Deus de todos.
    Seja de que modo for, para mim, a Páscoa é também em grande parte o afluir de memórias de tempos idos, quando o dia da Ressureição era significado de ida à Régua com a intenção de se comprar roupa nova. Cara lavada e roupa a reluzir, era no interior esquecido de Portugal condição essencial na visita pascal num tempo que já lá vai há anos suficientes para me começar a pintalgar a cabeça de branco.
    Isso, mais a laranja encima da mesa a fazer par com o envelope com a côngrua para o abade e o cordeiro assado a escorrer no arroz em forno de lenha. Em aldeia que o fosse, repasto assim, só mesmo também em dia do Padroeiro. Nos outros, rezava-se e fazia o sinal da cruz sobre os lábios para entreter a gula, que se dizia ser um dos pecados capitais, só por si suficiente para bilhete de ida sem vinda para junto do mafarrico.
    Não sou de saudosismos, mas a sério que quem me dera nessa época. Não que tenha saudades em jeito de quem quer retorno de modos de vida, não senhor. Serão antes saudades de mim próprio e da altura da vida em que a eternidade era pouco menos que dado adquirido, ou não fosse por sua vez a Páscoa significado de vitória sobre a morte, pelo menos nas palavras escutadas na catequese em aulas que nos preparavam o merecimento de um canto no céu bem à sombra das nuvens por causa do calor.
    Ainda me lembro dos bolos podres, cujo nome nunca entendi. Por acaso ainda um dia me hei-de dar ao trabalho de descobrir a causa de semelhante baptismo. Bem sei que os ditos ainda existem e que até se incrementou o seu fabrico, mas como aqueles, por mais que andem, não fazem igual. Para já os ovos. Acham que ainda encontram galinhas por aí a laurear todo o santo dia na rua a picar no chão para encher o papo? E forno aquecido com lenha de giesta, a melhor para a cozedura da massa amassada amarela por causa dos ovos?
    O Domingo de Páscoa era dia de festa entre os dias de festa. Nem sei mesmo se não suplantaria o dia de Natal em termos de emoção. Era mais alegre. Simbolicamente equivaliam-se dado que num e noutro se celebrava e celebra a vinda de Cristo, mas o simples facto de a Páscoa ser na Primavera, dava-lhe outro encanto. Nem sequer faltavam foguetes no ar anunciar a saída do padre e seus acompanhantes com a cruz para a vista a cada lar da aldeia, todos previamente preparados com varreduras de cima a baixo e soalhos esfregados com água e sabão, pois ter portas adentro que se iria ter merecida todos os cuidados do mundo.
    No dia propriamente dito, podia e pode até estar a chover como tantas vezes sucede, mas a estação das andorinhas é sempre a estação das andorinhas e de mais as sementeiras nas hortas. Só as vistas da paisagem com a terra lavrada amanhada, alisada e direita com régua e esquadro a cobrir as sementes, empanturravam a alma mesmo de quem não de poesias e suas coisas.
    Sabemos que o povo não é suposto como dado a sentimentalismos, porque se tem que estes não enchem barriga. No entanto, a maneira como se entregava e entrega ainda ao granjeio em nada fica a dever ao empenho com que o mais pintado dos poetas dá forma aos seus versos.
    Mas obra de arte também era o salpicão com ovos fritos para a merenda no dia em que se metia o lavrador com a sua junta de bois a lavrar a terra. Ainda agora me escorre água da boca só de me recordar o petisco degustado mesmo ali no terreno encima da toalha estendida, comido com as mãos sujas com a terra igual à que um dia nos há-de comer, mas que enquanto por cá andarmos neste vale de lágrimas, nos dá sustento minimamente devido.
    São memórias simplesmente. Obviamente que não farão os anos andar ao se traz, mas permitindo-me saber de onde venho, ajudam-me a ir para a frente, redimindo-me como posso dos erros para que venha a ser uma pessoa melhor. A Páscoa também é isso. Duvidam? Perguntem a quem sabe que eu agora vou dar uma volta por aí.

  • FOI ESTA A EUROPA QUE NOS PROMETERAM?



    (Depois de nos destruírem a agricultura, as pescas e a indústria, impingiram-nos o Euro, tornaram-nos subsídiodependentes, e agora sufocam-nos com exigências descabidas.
    Prometeram-nos o céu, e deram-nos o inferno)

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    Quando, em 1974, nos libertamos da ditadura, começamos finalmente a caminhar livremente pelo nosso pé.
    Depois da Revolução de Abril, cometemos muitos erros, é certo, mas possuía-mos alguns alicerces onde nos agarrarmos, como seja uma agricultura que ainda mexia, uma frota pesqueira a que faltava somente um empurrãozinho, estaleiros de fama mundial, uma indústria instalada e diversificada, e uma moeda forte, que havia resistido sem abalo a duas guerras mundiais e ao isolamento a que nos votou o salazarismo.
    Éramos nós a tomar conta de nós, e depois de um período de instabilidade política, conseguimos finalmente a pacificação, entrando o regime democrático nos eixos.
    Não dependíamos de ninguém, e podíamo-nos gabar de termos saído airosamente de uma ditadura. E mesmo a descolonização (quanto a mim apressada e muito pouco ponderada), que encheu o país de regressados das ex-colónias a que tivemos de dar resposta, abalou-nos as Finanças mas não nos fez cair.
    O Banco de Portugal abarrotava de ouro, sendo uma das maiores reservas do mundo.
    A pouco e pouco, o tecido social e económico ia-se adaptando aos novos tempos.
    Até que, com estratégia bem montada, nos foram impingindo a Europa. A tal Europa, topo da civilização, única área do planeta onde se cultivava a sério os Direitos Humanos, e onde se cuidava com prioridade, do bem-estar dos cidadãos.
    E lá fomos, atrás da tal Europa que, anos antes, nos havia levado braços de trabalho no éden da emigração.
    Depois, foi o emoldurar do quadro, com as promessas de ajuda para o nosso desenvolvimento imediato. E nessa conversa, encheram-nos de dinheiro, e nós, sem ninguém que nos controlasse, desbaratamo-lo em cimento e betão, esquecendo que a riqueza dos povos é a sua massa humana.
    Nessa altura, não cuidou a Europa de fiscalizar o destino dos triliões que aqui metia. Pelo contrário, em contrapartida, foi-nos minando, destruindo a nossa agricultura, as pescas e a nossa indústria. Num instante nos tornamos dependentes do dinheiro com que nos comprava a independência.
    Cá dentro, políticos pouco avisados e interesseiros, foram alinhando com as posições europeias, e nós, a confiar neles.
    E foi o que se viu. E é o que se vê.
    E a mesma Europa que tão lícita foi em nos meter cá dentro tanto dinheiro, é agora a usurária que nos exige couro e cabelo. É a mesma que agora nos põe a pão e água. É a mesma que, depois de ter destruído a Grécia, se prepara para nos destruir.
    E porquê?
    Bruxelas, longe de ser o organismo máximo que dirige a Comunidade, cedo se transformou no maior centro do mundo de tráfico de influências, onde os mercados mandam, e onde se impõem regras conforme convém aos senhores do mundo, hoje em dia já contabilizados e detentores da maioria do dinheiro e bens que circulam no planeta.
    Não podemos, por tal, esperar grandes ajudas e compreensões de lá, onde, por acaso, manda um português, nem do Banco Central Europeu onde vice manda outro Português, nem ao Centro de Estudos onde impera outro português, ainda recentemente o pai da nossa maldita austeridade.
    Tínhamos acabado de sair de uma ditadura – dizia eu, e mal sabíamos que, com outro disfarce, caminhávamos para outra, décadas após.
    Porque é uma ditadura, este estado em vivemos.
    A nossa dívida é, tecnicamente, impagável. O dinheiro dos nossos sacrifícios, não resolve nada. Nem atenua.
    Esta semana, fomos surpreendidos. Depois de tanto sacrifício, ficamos a saber que o FMI ainda não estava satisfeito, e já nos exige um corte de 2.000 milhões, este ano, e cerca de 1.000 milhões para o ano.
    São insaciáveis, estes usurários.
    Mais valia terem-nos deixado estar, neste cantinho, com uma democracia conquistada, uma moeda que era nossa, e um futuro que estava somente nas nossas mãos.
    Assim, perdemos pau e bola.

    Por Francisco Gouveia, Eng.º
    gouveiafrancisco@hotmail.com

  • PASCOA 2012

    Feliz Páscoa!!!
    Páscoa é tempo de Amor,
    de família e de Paz...
    É tempo de agradecermos
    discretamente
    por tudo que temos
    e por tudo que teremos.

    Páscoa é um sentimento
    nos nossos corações
    de esperança e fé e confiança.
    é dia dos nossos sonhos parecerem
    estar mais perto,
    tempo de retrospecção
    por tudo que tem sido
    e uma antecipação de tudo que será.
    E é hora de lembrar
    com amor e apreciação
    as pessoas em nossas vidas
    que fazem diferença...

    Feliz Páscoa!!!

  • S.O.S. IDOSOS

     

    (O número impressionante de óbitos de idosos em Fevereiro, não mente: os nossos idosos estão a morrer vítimas de homicídio por negligência.
    Negligência, em primeiro lugar, dos filhos e parentes que os abandonam, depois do Estado que lhes nega a assistência médica e a subsistência, e por fim da insensível EDP a quem não podem pagar a conta do aquecimento)

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    Solidão, frio, falta de medicamentos e fome, são as causas dos índices galopantes de óbitos de idosos em Portugal.
    Os números são terríveis: 4.000 portugueses (a grande maioria, idosos) morreram a mais em Fevereiro, relativamente à média dos últimos dez anos. São dados que não adianta escamotear nem sobre eles especular, ou, muito menos, tecer juízos atenuantes com estatísticas abjectas de que a politiquice sempre se serve nestas tragédias onde tem responsabilidade.
    Os nossos idosos estão numa situação degradante de abandono, de esquecimento, e estão a ser tratados como seres descartáveis a quem a sociedade parece querer dizer para desaparecerem. Sociedade que se esquece que, numa perspectiva optimista, para lá caminha qualquer um. E a estrada que se começar a construir hoje, vai beneficiar especialmente aqueles que a hão-de usar no futuro.
    Mas a questão começa logo pelo abandono a que são votados, com principais e imperdoáveis culpas dos seus filhos e parentes. O hábito do respeito e tratamento dos idosos, tão fortemente cultivada em décadas recentes, está a ser substituído por um arredar de responsabilidades filiais. Por isto ou por aquilo, porque “ai que não posso”, “ai que não tenho condições”, “ai que não tenho tempo”, os filhos enjeitam os pais para fora de casa como quem se livra de um fardo, e, numa primeira oportunidade, depositam-nos no primeiro canto social que encontram. Muitas das vezes, abandonam-nos nos próprios hospitais, anonimamente. Outras, deixam-nos anos a fio na solidão das suas casas, sem os visitar, entregues à solidariedade dos vizinhos (se a houver).
    Não façam ares de arrepio que esta é a primeira grande realidade de uma sociedade egoísta que vive para o umbigo e muito pouco para o coração.
    Depois, há o Estado, os Governos, insensíveis e criminosamente irresponsáveis, para quem os idosos não passam de números pesados nos Orçamentos de Estado.
    Vejam que jeito dá às contas do Governo:
    4.000 que faleceram em Fevereiro. A uma média de 300 Euros de reforma cada, mais cerca de 50 Euros de medicamentos, são, feitas as contas, uma poupança para o erário público de 1 milhão e 400 mil Euros por mês!
    Ou seja, considerando os índices de inflação, em 10 anos estes idosos que morreram, pagam a última carga de dinheiro que o Estado meteu no BPN!
    Estas contas não são minhas, porque a decência e a moral nem me dão lembrança de as fazer, mas sim dos tecnocratas que se instalaram no poder, e para quem tudo são números, lucros e dividendos.
    Quanto às condições de degradação da assistência médica, quem o diz não sou eu! Falem com os médicos. Eles lhes dirão o seguinte: muitos idosos não tomam a medicação amiúde nem consoante as prescrições médicas, porque não têm dinheiro para o total dos medicamentos. Outros já nem medicamentos compram, porque têm que optar entre medicarem-se ou comer. Outros têm alimentações não consentâneas com as doenças que possuem nem com a idade, porque a alimentação selectiva é cara, e a boroa com sopa é barata. A debilidade dos idosos por deficiência alimentar, é uma realidade. O abandono ou o aligeiramento das medicações, uma constatação facilmente comprovável.
    Recentemente, o problema do transporte de doentes, especialmente nos locais do país mais recônditos, veio agravar a situação. Já nem ao médico vão.
    E depois, há o problema do frio. Terrível no litoral, insuportável no interior. Incapazes de pagarem a conta eléctrica que representa um ou dois aquecedores, refugiam-se no calor das lareiras durante o dia.
    E de noite? Com os quartos gelados, as diferenças de temperatura, e os vírus a assaltarem-lhe brônquios e pulmões, corações velhos e gastos a não aguentarem com as investidas de pneumonias.
    Mas nas cidades, onde não há sequer lenha nem lareiras, resta-lhes o abrigo de cobertores, de dia e noite. Enroscam-se neles no desespero de criarem uma barreira entre o gelo e o corpo.
    Os filhos bem que podiam dar uma ajuda. No bairro toda a gente sabe que até podiam. Mas vão lá os filhos prescindir do tabaco, da cerveja, do bilhete para a bola, da jantarada no restaurante!
    E a própria EDP, sanguessuga de um país para o qual nunca arranjou solução energética que a obrigava, transformada em ponte de interesses duvidosos e alimentadora de clientelas pouco recomendáveis, e que vive para os lucros colossais que obtém com a nossa exploração, também não quer olhar para o problema.
    Toda a gente sacode a mosca para o café do vizinho. A culpa nunca é de ninguém.
    E os nossos idosos? Que podem fazer?
    Greve?
    Fazem-no de vez!
    Ao morrer.

    Por Francisco Gouveia, Eng.º
    gouveiafrancisco@hotmail.com

  • por: padre LEONTINO ALVES

    UNIDOS SOMOS MAIS CRISTÃOS E MAIS FELIZES

    Quero aqui deixar um elogio às quatro freguesias Queimada, Queimadela, Tões e S. Romão pela elevada cultura e superioridade em se unirem por uma causa social e humana que é o apoio aos nossos idosos e deficientes. Maior que o bairrismo, o amor à sua terra são os valores comuns de humanidade e amor ao nosso semelhante. Diante de um valor maior o bairrismo deve ser colocado em segundo plano. Tenho orgulho em ser pároco, em ser “Pastor” de um povo que sabe amar o seu semelhante, vendo nas terras vizinhas não rivais, mas parceiros. Como é belo ver as quatro freguesias unidas num mesmo convívio num mesmo objectivo num mesmo ideal.

    Ao construirmos um Lar de Idosos comum temos de nos ir habituando a conviver uns com os outros já que o mais certo é terminarmos a nossa vida na mesma casa.

    Construir e depois administrar uma obra social deste alcance requer muita união e que todos ponham de lado certos preconceitos e chauvinismos sem sentido nos tempos que correm.

    Seria muito mau sinal, neste momento, ainda se não ter ultrapassado algumas diversidades maléficas e sem sentido.

    Não somos todos irmãos, filhos do mesmo Deus? Cristo não é o mesmo em Queimada, Queimadela, Tões ou em S. Romão? Porque não havemos de estar unidos na fé se é o mesmo Senhor que nos chama a amar o nosso semelhante?

    As nossas terras não são o que eram. Antigamente havia muito mais gente. Agora quase não há crianças, as casas estão a ficar todas vazias; abre-se 1 e fecham-se 10, nasce 1 criança e morrem 10. A realidade dos números é nua e crua. Por isso, temos de nos unir para podermos fazer alguma coisa de jeito.

    Em vez de fazermos capelinhas, fazemos logo uma igreja. Aliás neste caso não seria possível fazer nada sós. Estamos unidos porque queremos e por imposição da Segurança Social que nos disse que, a haver um Centro Social teria que ser para as duas terras, já que, são tão pequenas e tão próximas. Nem que quiséssemos não podíamos fazer de outra maneira. Mas ainda bem, já fizemos mais juntos em dois anos que muitas terras em dezenas de anos.

    Queimada, Queimadela, Tões e S. Romão a única vantagem que têm é andarem na vanguarda, porque daqui para a frente, as terras se quiserem fazer alguma coisa têm que se unir, já foi assim com as escolas e, será assim, com a assistência social.

    Que orgulho, termos feito em conjunto actividades que só nos engrandecem e nos ficam bem, tais como a Festa de Natal das crianças, a Via-Sacra ao vivo, as Marcha Populares em Armamar, o Passeio Paroquial a Arcos de Valdevez, a transmissão da Missa pela Rádio Renascença, o convívio e Unção dos Doentes, o convívio de Verão, a transmissão da Missa pela Televisão com a criação do Rancho e ultimamente o Magusto.

    Durante um ano foram muitas actividades que demonstram como somos dinâmicos e unidos. Louvado seja Deus por ser tão nosso amigo e nos ter ajudado tanto por intermédio de S. João Baptista nosso Padroeiro.

     

    Pe. Leontino Alves