A semana que vai terminar com este domingo, 22 de julho, tem-se apresentado bastante difícil para os vários Corpos de Bombeiros, considerando o volume de fogos e a grandeza de cada um deles.
Os canais de Televisão têm-nos permitido acompanhar, mais de perto, toda a movimentação e verificar quão dantesca e grave tem sido a situação e o descomunal esforço dos homens que por ali têm labutado.
Há já uns dias que o fogo deflagrou no Algarve e, para espanto nosso, constata-se que há falta de coordenação, chegando, agora, o dirigente da Proteção Civil a afirmar que houve uma falha de avaliação na grave situação que se vivia, razão porque o fogo continuou a galgar montes e vales, ameaçando bens, pessoas e animais.
Assim se trabalha neste país, muita gente de secretária e gabinete, mas poucos no terreno real, onde se tem que “dar o litro”, a fim de evitar a propagação das chamas. Ato heroico o dos Bombeiros Voluntários, que esses tais senhores de gabinete, onde abundam dinheiro e mordomias, não conhecem, por falta de vivência, contudo, os proprietários atingidos criticaram os Bombeiros, os que nem um cêntimo levam do fogo, nem da Organização, quando, na realidade, deviam criticar os Comandos Operacionais, os que têm vencimentos garantidos e bons, viaturas próprias dos serviços para as deslocações e uma vida calma, já que veem e comandam o fogo de longe, nas suas carrinhas de apoio (específicas da Proteção Civil), o Centro Nevrálgico das Operações.
Enquanto isto, os Bombeiros continuam no terreno (sem pensar no dinheiro, somente por uma questão de princípios, numa interação e entreajuda, para socorrer o próximo), na tentativa de dominar o incêndio ou no rescaldo, devido a pequenos reacendimentos, sabendo-se que alguns são de muito longe, de locais bem distantes daquele para onde foram combater o fogo.
O intrigante é que os Bombeiros correm riscos e sabem da gravidade dos mesmos, mas não param, nem abrandam, seguem sempre em frente. Podem não voltar, mas procuram chegar ao destino a que se propuseram, na defesa de alguém que precise da assistência deles.
Perante esta atitude, poderemos dizer que ou são loucos ou não têm amor à vida.
Nada disso, encaram o voluntariado que praticam como uma obrigação, um dever a cumprir, na defesa do seu próximo - seja um bem material (imóvel); seja mata ou floresta; seja um animal qualquer; seja um ser humano; seja rico ou pobre; seja velho ou novo; seja vizinho ou desconhecido; . . .
Os Bombeiros são os que no terreno arriscam a sua própria vida para defender algo de um seu semelhante...
Por Adérito Rodrigues,Prof.