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Douro: Vitivinicultores perderam 60 por cento do rendimento em 15 anos

Os vitivinicultores do Douro perderam 60 por cento do seu rendimento nos últimos 15 anos, por causa da redução na produção de vinho do Porto e do aumento dos custos de produção.

Para analisar a situação dos pequenos e médios produtores de vinho da mais antiga região demarcada do mundo, a Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO) convocou um plenário para o dia 06 de Novembro, na Régua.

Manuel Figueiredo, vitivinicultor na Folgosa, concelho de Armamar, garantiu, em conferência de imprensa, que vai marcar presença no plenário porque diz que é preciso alertar para a «grave situação» dos agricultores durienses.

Tão grave que, segundo salientou, este ano teve que ir trabalhar durante dois meses numa adega na Córsega, França, para fazer dinheiro para vindimar os sete hectares de vinha, de onde diz que tira cada vez menos rendimento.

Manuel Figueiredo já teve direito a 17 pipas de benefício, quantidade de mosto que cada um pode destinar à produção de vinho do Porto, número que baixou para as oito pipas este ano. Ao mesmo tempo, acrescentou, os custos de produção, desde os combustíveis até aos tratamentos fitossanitários, sabem cada vez mais.

De acordo com Berta Santos, dirigente da AVIDOURO, os vitivinicultores do Douro perderam 60 por cento do seu rendimento nos últimos 15 anos. Em 10 anos, o benefício foi reduzido em 45 por cento, de 145 mil pipas em 2001 para as 85 mil em 2011.

Nesta década, o vinho do Porto perdeu 12 milhões de garrafas, correspondendo a uma perda de valor de 37 milhões de euros. A agravar a situação está também a quebra «acentuada» dos preços praticados: em 2001, o preço médio pago à produção foi de 1.106 euros e em 2010 rondou, segundo Berta Santos, os 800 euros.

O benefício é uma das principais fontes de receita dos produtores durienses. Agora, depois de concluídas as vindimas e de lavados os cestos das vindimas, os vitivinicultores voltam a juntar-se porque «nada mudou». «Para já, o que estamos a assistir é a um não aumento do preço das uvas, bem pelo contrário, há situações em que estes foram mesmo reduzidos», salientou.

Berta Santos salientou que os lavradores durienses exigem ao Governo «garantias de escoamento e melhores preços», «o controlo do comércio das aguardentes» e ao «aumento do benefício para os pequenos e médios vitivinicultores» e a «criação de uma linha de crédito bonificado a longo prazo».

Em análise no plenário vão estar ainda as medidas previstas no Orçamento de Estado para 2012. Os vitivinicultores prometem novas formas de luta, que podem passar por mais manifestações a realizar no Douro ou mesmo em Lisboa.

Entre Julho e Agosto, os produtores manifestaram-se duas vezes, na cidade de Peso da Régua, em luta contra a redução de benefício e em defesa do aumento do preço das uvas pagas ao lavrador.

Entre Setembro e Outubro, as preocupações voltaram-se para a vindima, este ano também marcada por uma redução na produção muito por causa do clima irregular e das doenças e pragas que afectaram a vinha.

Fonte: Lusa

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