Dá impressão de que nem um comboio fazia aquilo." O desabafo, de um morador de Folgosa, concelho de Armamar, ilustra bem a violência do choque que provocou a morte ao presidente da junta de freguesia local, na sexta-feira à noite. O carro do autarca foi abalroado num cruzamento da EN222 e ficou irreconhecível. Só na noite de sexta para sábado, registaram-se três vítimas mortais nas estradas do País.
José Maximiano da Costa Catarino, 48 anos, dirigia-se para a empresa Subvidouro, para cumprir mais um turno da noite. Às 23h50, quando entrou no cruzamento de Folgosa com a EN222, o Peugeot 207 que conduzia foi abalroado por um BMW. A força do impacto foi tão forte que o carro do autarca "foi projectado entre 20 a 25 metros e ficou entalado entre a árvore e um muro", disse ontem ao CM Augusto Azevedo, cunhado da vítima, adiantando que "os bancos do pendura e do condutor ficaram reduzidos a um, onde mal cabia uma pessoa". José Catarino, que fazia 49 anos amanhã, teve morte imediata. O condutor do outro ligeiro, de 29 anos, residente em Pinhel, sofreu ferimentos graves e foi transportado ao Hospital de Vila Real, assim como a rapariga que o acompanhava na viatura, que apresentava ferimentos ligeiros.
O alegado excesso de velocidade do BMW e a perigosidade da estrada naquela zona levaram à exaltação de alguns populares nos momentos que se seguiram ao acidente.
"Há muitas famílias de luto e é natural que as pessoas se revoltem. É preciso fazer qualquer coisa para melhorar a sinalização e travar esta tragédia", alertou Augusto Azevedo.
José Catarino era muito estimado no concelho, em particular na freguesia de Folgosa, onde dirigia os destinos da junta há dois mandatos consecutivos, liderando uma lista de independentes. Deixa órfã uma filha de vinte anos.